Senna: O dia triste da F1

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Em 1994 o maior piloto de Fórmula 1 do mundo deu sua última volta na pista e as luzes infelizmente se apagaram…
Corrida é um esporte perigoso e que poucos tem condições de se aventurar, não só pelo alto preço de manter um piloto em uma equipe, mas também porque poucos tem a coragem necessária de entrar em um carro e acelerar até o limite. Ao longo dos 69 anos e dos mais de mil grandes prémios de Fórmula 1, morreram ao todo 46 pilotos, em durante a prova, ou em testes de equipe. E Senna é um desses grandes pilotos que marcaram época, mas que partiu precocemente.

Um FIM DE SEMANA trágico

Na famosa pista de Ímola, na Itália e entre os dias 29 de abril e 1 de maio de 1994, muitos acontecimentos já indicavam que algo ruim aconteceria. Primeiro que os carros passaram a não contar mais com o apoio automático do veículo, e o “fator humano” estava mais presente, o que levou a acidentes sérios. Os pilotos agora necessitavam estar mais alertas no controle do carro.
Rubens Barrichello, piloto brasileiro que na época pilotava pela Jordan, tinha batido contra um muro de proteção a 220 km/h, tendo ficado inconsciente por horas, isso aconteceu nos dias de teste da pista. 
No sábado, dia da qualificação, com apenas 20 minutos de prova, o piloto austríaco da Simtek Roland Ratzenberger, que fazia a sua época de estreia na Fórmula 1, não conseguiu encarar convenientemente a curva Villeneuve e bateu de frente contra um muro. A célula de proteção do piloto ficou praticamente intacta, porém, a violência da batida provocou uma fratura na base do crânio do austríaco, que viria a morrer momentos depois.
A qualificação ficava suspensa e os pilotos que, como Ayrton Senna, ainda não tinham rolado na sessão, conservariam os tempos registados no dia anterior, durante os treinos. Senna saía na pole, ao lado de Michael Schumacher, então na Bennetton Ford, e à frente de Gerhard Berger, da Ferrari.

Sinais de problemas

“Instável” e “desajeitado” foram dois dos adjetivos que Ayrton Senna usou para descrever, durante os testes de afinação, o Williams Renault FW16, que já não contava com os ajustes eletrónicos para equilibrar segurança e potência do carro.

Curva fatal

Após esses desastres muitos pilotos ficaram alarmados, inclusive Ayrton que estava abalado demais com o acidente de Rubinho Barrichello. Foi cogitado que a prova de domingo fosse cancelada, mas a FIA não seguiu adiante e permitiu que a corrida acontecesse. Senna já havia dito que não se sentia bem para correr, mas que o faria. — “Não vou correr mais, não quero correr. Não vou sair mais de carro nessa pista” – avisou Senna por telefone à sua namorada, na época Adriane Galisteu.
No dia da prova infelizmente em uma curva, a famigerada Tamburello ficou famosa por tirar a vida de Ayrton Senna. 
Durante a aproximação à curva, de uma volta que ficaria incompleta e a uma velocidade de 300 km/h, o piloto a barra de direção do veículo se partiu e fez com que o carro entrasse com brutalidade em um muro no fim da curva. A violência do acidente fez com que todos temessem pelo pior, ver Senna inconsciente foi um choque para todos que assistiam as imagens daquele domingo.
A assistência médica chegou rápido, incluindo helicóptero para transportar Senna para o hospital, no entanto, à retirada do cockpit, aqueles que prestaram auxílio ao piloto souberam que tudo estava perdido: “Senti a sua alma partir nesse momento”, disse o médico Sid Watkins, um neurocirurgião assumidamente agnóstico. Ayrton tinha 34 anos e partiu de forma prematura naquele dia de 1994, um dos dias mais tristes da Fórmula 1.
Ayrton Senna foi três vezes campeão do mundo de Fórmula 1, em 1988, 1990 e 1991, sempre pela McLaren. Registou 41 vitórias em GP e 80 pódios, para além de 65 pole positions. A sua primeira vitória em GP aconteceu no autódromo do Estoril, no Grande Prémio de Portugal, ao volante de um Lotus, em 1985. O funeral de Senna teve honras de Estado no Brasil, sendo decretado luto nacional. 
Porém nem tudo foi triste naquele ano, porque Michael Schumacher se destacou e se tornou campeão do mundo de F1 em 1994, conquistando o primeiro dos seus sete títulos mundiais.